Francisco continuou sua série de catequeses sobre vícios e virtudes. Veja este e outros destaques da Semana do Papa.
Na primeira semana da Quaresma, o Papa Francisco dedicou sua catequese de Quarta-Feira à meditação sobre o vício da preguiça. No mesmo dia, o Pontífice pediu aos fiéis que busquem viver este forte tempo litúrgico sem máscaras. Veja estes e outros destaques da Semana do Papa.
Papa ensina sobre vício da preguiça
Na Quarta-feira de Cinzas, o Papa realizou a Audiência Geral na Sala Paulo VI, dando continuidade ao ciclo de catequeses sobre vícios e virtudes. O tema da semana foi a acídia, mais conhecida como “preguiça”. De acordo com o Pontífice, na raiz grega do termo acídia está a “falta de cuidado”.
De acordo com Francisco, a acídia também é definida como o “demônio do meio-dia”, pois desponta quando o cansaço está no auge e as horas a seguir parecem monótonas, impossíveis de viver. São características que lembram a depressão, pois para quem é dominado pela acídia a vida perde o sentido, “é um pouco como morrer antes da hora”, afirmou o Papa.
Ainda de acordo com Francisco, os mestres espirituais apontaram vários remédios para esse vício. Mas o que ele destacou como mais importante é a paciência da fé, ou seja, a coragem de ficar e acolher no meu “aqui e agora” a presença de Deus.
“A fé, atormentada pela prova da acídia, não perde o seu valor. Com efeito, é a verdadeira fé, a fé humaníssima, que apesar de tudo, apesar das trevas que a cegam, ainda crê humildemente. É aquela fé que permanece no coração, como permanecem as brasas sob a cinzas. Ficam sempre ali. E se alguém cair neste vício ou numa tentação de acídia, procure olhar para dentro e proteger as brasas da fé. E assim caminhamos em frente. Que o Senhor os abençoe.”
Missa de Quarta-Feira de Cinzas
O Papa Francisco presidiu na Basílica de Santa Sabina, a Santa Missa com o rito da bênção e imposição das cinzas. Em sua homilia, Francisco recordou que a Quaresma mergulha-nos em um banho de purificação e despojamento: ajuda-nos a retirar toda a “maquiagem”, tudo aquilo de que nos revestimos para brilhar, para aparecer melhores do que somos.
“Voltar ao coração significa tornar ao nosso verdadeiro eu e apresentá-lo diante de Deus tal como é, nu e sem disfarces. Significa olhar dentro de nós mesmos e tomar consciência daquilo que somos realmente, tirando as máscaras que muitas vezes utilizamos, diminuindo a corrida do nosso frenesim, abraçando a verdade de nós mesmos.”
O Papa pediu aos fiéis que busquem viver este tempo litúrgico com autenticidade. “Enquanto continuares a usar uma armadura que cobre o coração, a disfarçar-te com a máscara das aparências, a exibir uma luz artificial para te mostrares invencível, permanecerás árido e vazio. Pelo contrário, quando tiveres a coragem de inclinar a cabeça para te olhares intimamente, então poderás descobrir a presença de um Deus que desde sempre te amou; finalmente despedaçar-se-ão as couraças de que te revestiste e poderás sentir-te amado com amor eterno.”
“Voltemos para Deus com todo o coração”, foi o convite do Pontífice, “para que nestas semanas de Quaresma possamos dar espaço à oração feita de adoração silenciosa, na qual permanecemos na presença do Senhor à Sua escuta”.