“Todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes!” (Mt 25,40)
Comunidade Epifania tem seu carisma fundamentado na encarnação de Jesus Cristo: “e o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e nós vimos sua glória”Jo 1,14 – Palavra que rege o carisma Epifania e que a impulsiona à oração e à caridade. Na encarnação do Verbo, O verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, se faz presente na história humana, se deixa encontrar no caminho e na partilha do pão (Lc 24, 13-35), restaura a sua imagem nos seres humanos e está presente no serviço aos irmãos e irmãs que estão em dificuldade (Mt 25, 35-40).
Breve Histórico – A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) surge no início dos anos 1980, grave e mortal, envolvendo diversos aspectos das relações humanas (sexo, preconceito, morte). Assim, a AIDS, foi inicialmente, associada de forma estigmatizada a grupos de risco, tais como homossexuais, prostitutas, dependentes químicos e hemofílicos, localizados em grandes centros urbanos. Além disso, reforçou preconceitos e estigmas vigentes contra algumas minorias.
No final dos anos 80, no auge da epidemia do HIV no mundo, a Assembleia Geral da ONU e a Organização Mundial de Saúde instituíram o dia 1º de dezembro como o Dia Mundial de Luta contra a Aids. O Brasil, assim como muitos países, aderiu à data.
Entre 1980 e 1999, o Ministério da Saúde, através de seu Boletim Epidemiológico, notificou 155.590 casos de AIDS, dos quais 13%, ou 20.064, referem-se a pessoas entre 15 e 24 anos. A faixa mais atingida, no entanto, se deu entre os 25 e 34 anos, com 32,3% dos casos: 67.267. (Boa Saúde, Artigos de saúde, 11/05/2021).
Em 1995 – É dentro deste contexto de epidemia que a Comunidade Epifania recebe o pedido do então Arcebispo de Vitória, D. Silvestre Luiz Scandian, para desenvolver um trabalho com crianças expostas ao HIV/Aids tendo em vista o preenchimento desta lacuna em nosso Estado. Mesmo não conhecendo nada a respeito desta epidemia, não ser as notícias de morte de artistas noticiados pela TV, respondemos o nosso “fiat”: Eis-nos aqui! E como Maria, também: “Como se dará isso”?
Assim surge o Programa Viver: Inicialmente, o projeto consistia em visitas ao Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória (HINGS), para dar apoio psicológico e espiritual para as crianças internadas no isolamento direito, onde também permaneciam as crianças com Aids. O grupo de voluntários utilizava-se de recursos lúdicos como: músicas, brincadeiras, teatros etc. Paralelo a este simples trabalho, alguns membros da Comunidade Epifania, entre eles, a fundadora da Comunidade Doris Almeida, recebia formação e informação da equipe de infectologia do HINGS sobre a Aids e seu contágio.
Rapidamente o trabalho foi se desenvolvendo e avaliado de forma positiva pela equipe interdisciplinar do hospital. A pedido da mesma equipe passou-se a intervir também junto às famílias das crianças hospitalizadas através de visitas domiciliares semanais para acompanhamento do tratamento da criança e família. As famílias sofriam muito com o preconceito por parte da família e vizinhança, desconhecimento sobre a doença e dificuldades para conseguir trabalho remunerado.
O número de atendidos crescia, o envolvimento com os irmãos e irmãs nessa condição social exigia ampliação do servir e organização por parte dos envolvidos. Todas as famílias atendidas eram encaminhadas pelos hospitais Nossa Senhora da Glória e Santa Casa de Misericórdia.
Em 1997 – Além das visitas domiciliares semanais, a Comunidade Epifania ampliou a assistência às famílias cadastradas em seu programa de atendimento com reuniões mensais: servindo lanche, apoio espiritual, distribuição de cestas básicas, leite e promoção da festa de Natal. Paralelo ao atendimento às famílias, ministrávamos palestras sobre prevenção e cuidado sobre Aids em escolas, creches, grupos específicos, semana teológica, seminários…
Em 2012 – As visitas domiciliares na Grande Vitória foram encerradas pelo número crescente de violência nos bairros de periferia onde localizavam-se as famílias do programa.
A partir de 2015 – Após avaliação do seu Conselho Administrativo, a Comunidade Epifania passou a alugar ônibus com saída do Parque Moscoso em Vitória para as famílias chegarem até o local de realização da reunião.
Período da Pandemia – 2020 e 2021 – O atendimento e a festa de Natal continuaram na forma “drive-tudo”, com aumento quantitativo e qualitativo das cestas básicas, cestas de verduras e frutas, máscaras descartáveis e materiais de higiene.
O atendimento atual: As 51 famílias cadastradas recebem apoio emocional, espiritual e material: refeição, serviço de escuta da história pessoal, oração, informação sobre tratamento, cesta básica, leite, fraldas descartáveis e a festa de Natal.
Voluntariado: Para desenvolver esta missão, a Comunidade Epifania conta com voluntários que se reúnem mensalmente para fazer o bem, entregar amor, solidariedade, tempo, investimentos, capacitação, recursos, conhecimento sobre a causa e posicionamento.