A Comunidade Epifania tem seu carisma fundamentado na encarnação de Jesus Cristo: “e o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e nós vimos sua glória”Jo 1,14 – Palavra que rege o carisma Epifania e que a impulsiona à oração e à caridade. Na encarnação do Verbo, O verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, se faz presente na história humana e se deixa encontrar no caminho e na partilha do pão (Lc 24, 13-35), restaura a sua imagem nos seres humanos e está presente no serviço aos irmãos e irmãs que estão em dificuldade (Mt 25, 35-40).
No final dos anos 80, no auge da epidemia do HIV no mundo, a Assembleia Geral da ONU e a Organização Mundial de Saúde instituíram o dia 1º de dezembro como o Dia Mundial de Luta contra a Aids. O Brasil, assim como muitos países, aderiu à data.
A AIDS foi, inicialmente, associada de forma estigmatizada a grupos de risco, tais como homossexuais, prostitutas, dependentes químicos e hemofílicos, localizados em grandes centros urbanos. Além disso, reforçou preconceitos e estigmas vigentes contra algumas minorias.
Entre 1980 e 1999, o Ministério da Saúde, através de seu Boletim Epidemiológico, notificou 155.590 casos de AIDS, dos quais 13%, ou 20.064, referem-se a pessoas entre 15 e 24 anos. A faixa mais atingida, no entanto, se deu entre os 25 e 34 anos, com 32,3% dos casos: 67.267. (Boa Saúde, Artigos de saúde, 11/05/2021)
O Programa Viver surge dentro deste contexto, 1995, quando a Comunidade Epifania recebe o pedido do então Arcebispo de Vitória D. Silvestre Luiz Scandian, para desenvolver um trabalho com crianças expostas ao HIV/Aids tendo em vista o preenchimento desta lacuna em nosso Estado. Mesmo não conhecendo nada a respeito desta pandemia, não ser as notícias de morte de artistas noticiados pela TV, respondemos o nosso “fiat”: Eis-nos aqui! E como Maria, também: “Como se dará isso”?
Inicialmente, este projeto consistia em visitas ao Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória (HINGS), para dar apoio psicológico e espiritual para as crianças internadas no isolamento direito, onde se encontravam as crianças com Aids internadas. Utilizando-se de recursos lúdicos como: músicas, brincadeiras, teatros, etc. Paralelo a este simples trabalho, alguns membros da Comunidade Epifania, entre eles, a fundadora da Comunidade Doris Almeida, recebia formação e informação da equipe de infectologia do HINGS sobre a Aids e seu contágio.
Com o passar do tempo, o trabalho foi se desenvolvendo de tal maneira, que a pedido da equipe interdisciplinar do hospital, passou-se a intervir também junto às famílias das crianças hospitalizadas com visitas domiciliares semanais para acompanhamento do tratamento da criança. O número de atendidos crescia… o envolvimento com os irmãos e irmãs nessa condição social exigia ampliação do servir e organização por parte dos envolvidos.
Além das visitas domiciliares semanais, a partir de 1997, a instituição percebeu a necessidade de ampliar a assistência às famílias cadastradas em seu programa de atendimento com reuniões mensais: servindo lanche, evangelização (oração, partilha de vida, seminário de vida no Espírito), apoio espiritual, com apoio distribuição de cestas básicas e leite. Paralelo ao atendimento às famílias, ministrávamos palestras em escolas, creches, grupos específicos, semana teológica, seminários…
Atualmente o projeto tornou-se um programa que gera a vida envolvendo membros e voluntários na oferta da vidas aos pequenos do Senhor.